Vandalismo nos prédios dos Três Poderes: O papiloscopista é fundamental para identificar os autores

Fonte: Comunicação Fenapef

Data: 05/02/23

“O primeiro sentimento foi de susto. Chegar no local e ver o tamanho da destruição, não apenas o tamanho físico, mas o tamanho imensurável de documentos, de obras de arte. Mexeu comigo e acredito que mexeu com todos os meus amigos de equipe”. Essa foi a primeira reação do papiloscopista policial federal Flávio de Melo ao chegar à Praça dos Três Poderes em Brasília, onde prédios públicos foram depredados em atos de vandalismo no dia 08 de janeiro de 2023.

Flávio de Melo é papiloscopista policial federal há 19 anos e comanda as investigações papiloscópicas do caso, com o objetivo de identificar os culpados pela destruição. “Os papiloscopistas são responsáveis pelas perícias biométricas, principalmente a parte de impressão papilar, que engloba todas as papilas do nosso corpo, como as papilas das palmas das mãos, dos dedos, das plantas dos pés. Também é o profissional responsável pela análise de imagens faciais e pelas pegadas”, informou Melo.

A atuação da Polícia Federal nos atos de 08 de janeiro é, segundo Melo, “muito grande, muito complexa, e envolve inúmeras fases”. Ao chegar nas sedes dos Três Poderes, o primeiro objetivo era recolher vestígios da cena de crime. Depois da perícia em todo o ambiente, inúmeros objetos foram recolhidos, pois teriam sido manuseados e serviriam como prova. Esses objetos estão agora em um dos maiores laboratórios do mundo na área de papiloscopia, o laboratório de Belo Horizonte, na Superintendência da Polícia Federal de Minas Gerais.

A participação do papiloscopista policial federal no caso é fundamental para a identificação dos envolvidos nos atos de vandalismo no Supremo Tribunal Federal, no Palácio do Planalto e no Congresso Nacional. São eles os responsáveis por informar a autoria do crime. “Apesar de todos os cargos da Polícia Federal terem importância em um inquérito, somos nós que passamos a informação de quem esteve no local do crime e quais são os possíveis culpados”, comentou Flávio de Melo.

Cerca de 260 papiloscopistas policiais federais, de todo o Brasil, foram escalados para realizar o trabalho, que está dividido em três vertentes: uma equipe trabalhando especificamente com fragmentos papilares, uma com imagens de vídeo e uma terceira equipe trabalhando com as pegadas colhidas nos prédios. O trabalho é realizado com cautela, pois, conforme afirmou Melo, “é importante que se faça tudo com muito cuidado, com muita minúcia para que se tenha os resultados pretendidos, que é chegar aos culpados pelo vandalismo nos prédios públicos”.

Milhares de vídeos e de fragmentos papilares estão em posse da Polícia Federal para serem analisados com o auxílio de tecnologias e softwares que, em um ambiente de milhões de pessoas, permitem chegar mais próximo a quem pode ter realmente produzido uma impressão digital ou de quem seja determinada face. “Nesse momento também entra a expertise do papiloscopista, para poder fazer todas as análises, utilizando uma série de técnicas para realmente afirmar se uma impressão digital, por exemplo, pertence ou não a determinada pessoa”, ponderou Melo.

“Tudo o que aconteceu no dia 08 de janeiro é muito triste, mas ajuda a resolver um fato que deixou marcas na história do Brasil, realmente é muito especial e eu não teria essa oportunidade se eu não fosse um Policial Federal”, concluiu o papiloscopista policial federal, Flávio de Melo.

Os papiloscopistas são homenageados todo dia 05 de fevereiro. A data, instituída pelo então presidente João Goulart, em 1963, é referente ao dia em que ocorreu o reconhecimento oficial da especialidade no Brasil, em 1903. Saiba mais sobre a atuação do papiloscopista policial federal na websérie produzida pela Fenapef: https://www.instagram.com/p/CoKhgOjM6Xj

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