Para Garisto, Federação nasceu da necessidade de uma representação forte e coesa da categoria

Primeiro presidente, ele esteve à frente da Fenapef por dez anos no total

Fonte: Comunicação Fenapef

Data: 25/06/20

No mesmo ano em que foi promulgada a Constituição de 1988, surgiram os primeiros sindicatos de policiais federais. Rio Grande do Sul e Paraná foram pioneiros. Depois, foram se espalhando pelo país. O de São Paulo foi fundado em 25 de agosto de 1989. “Um ano antes da criação da Fenapef”, conta Francisco Carlos Garisto, um dos fundadores do Sindicato dos Policiais Federais do Estado de São Paulo e primeiro presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais.

Quando a Fenapef foi formalizada, os sindicatos de policiais federais já somavam 14. “Precisávamos de uma representação em Brasília, porque é em Brasília que as coisas acontecem. Para mudar as coisas, precisamos estar perto do Congresso Nacional”, resume Garisto.

Ele conta que a Fenapef nasceu no restaurante da sede da Associação Nacional dos Servidores da Polícia Federal (Ansef), onde hoje funciona a Escola Nacional de Administração Pública (ENAP).

A partir da fundação, foram vitórias e conquistas salariais. Os vencimentos triplicaram logo no início da década de 90. Em 1996, com a exigência de nível superior para a Polícia Federal, os salários tiveram novo acréscimo, graças aos esforços da entidade.

Garisto ingressou na Polícia Federal em 1976 e atuou principalmente na área de combate a entorpecentes. Foi presidente da Fenapef entre 1990 e 1994 e, depois, entre 2001 e 2006. Esteve à frente da entidade em duas greves da categoria.

A atuação sindical levou também à perseguição e culminou com sua demissão, em 1994. Foi anistiado pelo então presidente Itamar Franco. "Fui o primeiro líder sindical anistiado no Brasil”, comemora. Também durante o governo Itamar, comandou a greve por melhores condições de trabalho na PF, que durou 64 dias.

Em 2004, no governo Lula, Garisto esteve à frente de outro movimento grevista, que durou 70 dias. No final, o então ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, reconheceu o direito dos grevistas e anunciou que, graças à greve, altos investimentos do governo seriam feitos na PF, em equipamentos e na remuneração dos policiais, para deixá-la como o FBI.

Essa equiparação à famosa polícia americana ainda não veio. Falta a Lei Orgânica, que deveria ter sido aprovada logo depois da Constituição de 1988 e ainda não foi votada.

Falta garantir a entrada única na carreira de policial federal, com promoções por mérito e qualificação. Falta garantir o ciclo completo de investigação. Falta tornar a segurança pública tão eficiente quanto a população merece.

Mas a Fenapef foi decisiva para garantir a proteção e os direitos dos servidores da Polícia Federal e a construção da boa reputação da instituição, hoje tida como uma das mais reconhecidas pela população.

“Não creio que essa reputação seja abalada. Não creio em interferências, porque não há como isso acontecer e não ficarem marcas”, explica o primeiro presidente da Fenapef.

Ele diz ter orgulho da entidade sindical que ajudou a criar e construir. “Tenho certeza que a Fenapef se consolidou e é imortal. E, mais importante que quem cria, é quem coloca o ‘filho’ pra voar”, afirma.

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