É com grande pesar que a Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) recebeu, há pouco, por meio do Sindicato dos Policiais Federais do Paraná (Sinpef/PR), a notícia da soltura de Alessandro Meneghel, preso pelo assassinato do policial federal Alexandre Drummond Barbosa. O crime aconteceu em 2012. A prisão ocorreu há menos de 50 dias.

A soltura de Meneghel é reflexo da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de proibir prisões de condenados que não tenham sua sentença transitada em julgado. Menos de 50 dias depois de ser condenado e preso pelo assassinato do agente federal, quem o matou já está nas ruas, beneficiado pelo novo entendimento.

Entre os policiais federais, a notícia foi recebida com muita tristeza. Tristeza pela família de um cidadão brasileiro que esperou sete anos para que a Justiça fosse feita.

Uma decisão tomada pelo STF libera para o convívio na sociedade – que já está cansada de impunidade – não apenas os criminosos de colarinho branco. Saem das prisões assassinos que, muitas vezes, mal entraram nelas.

O Brasil fica, assim, alinhado aos países com maior número de recursos do mundo. Criminosos agora têm o alento de quatro instâncias de julgamento e um sem-número de recursos judiciais. E a nós cabe o ônus de conviver com condenados que jamais cumprem penas, porque seus crimes prescrevem.

A Fenapef se solidariza com a família de Alexandre e, pela sua memória e de outros colegas que morrem em serviço ou em decorrência dele, vai seguir lutando para que a justiça seja feita.

Não acreditamos na prevalência da impunidade. Acreditamos que criminosos precisam ser condenados e cumpram suas penas em consequência de seus atos. É por isso que lutamos todos os dias.