Policial federal desenvolve estratégia para pensar, prevenir e enfrentar grandes assaltos que aterrorizam cidades inteiras

Forças de segurança se unem para debater enfrentamento ao “domínio de cidades”

Fonte: Comunicação Fenapef

Data: 03/05/22

As forças policiais precisam estar prontas para enfrentar um fenômeno criminal que está se tornando a cada dia mais frequente e mais especializado: o domínio de cidades. São assaltos grandiosos em que ao menos trinta bandidos cercam batalhões para tentar barrar a ação da polícia, explodem veículos para impedir a entrada e saída da cidade, usam moradores como escudo humano, utilizam explosivos e armas de grosso calibre para criar um clima de terror na população.

Levantamento feito pelo site UOL com o auxílio de especialistas nesse tipo de crime aponta que ataques de grupos brasileiros afetaram áreas com 7,6 milhões de pessoas em mais de 20 cidades nos últimos seis anos.

Na última quinta-feira (28), o assunto foi tema de palestra em Salvador. Representantes da Polícia Militar de 26 estados e do Distrito Federal assistiram à palestra "Do novo cangaço ao domínio de cidades”. A ideia é discutir iniciativas para que as forças de segurança possam se preparar para ações do tipo.

Especialista em ciências policiais e agente da Polícia Federal, Ricardo Matias foi um dos palestrantes. Ele defende que, antes do enfrentamento, é preciso pensar em prevenção. "Os planos de defesa podem ser considerados como política de direitos humanos e prevenção ao crime violento de alta complexidade, pois evitam mortes de pessoas inocentes, de policiais e dos próprios criminosos. O importante é salvar vidas", disse.

Para isso, as forças policiais precisam estar preparadas. Antes de mais nada, de acordo com os especialistas em segurança pública, é necessário um plano de contingência com três fases: a pré-incidental, onde seria definido um plano de defesa; a incidental, em que seria elaborado um plano de ação e criado o gabinete de crise e, por fim, o pós-incidental, que é o momento em que se atua na preservação do local do crime e na manutenção de cercos e bloqueios com o objetivo de subsidiar a investigação.

Presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Marcus Firme concorda. Para ele, a preparação das forças de segurança para enfrentar esse tipo de crime é a melhor forma de combatê-lo. Treinamentos e simulados de que participam policiais civis, militares e federais estão acontecendo em várias cidades do país. Nessa segunda-feira (2) foi realizado um em Goiânia. Em março, as cidades de Arapiraca e Palmeiras dos Índios (AL) pararam para assistir a um “assalto simulado”, bem ao estilo “domínio de cidades”.

“A ideia é preparar as forças de segurança da cidade em que ocorreu o treinamento para enfrentar esse tipo de crime, mas também mostrar para os criminosos que, naquele município, a polícia está preparada para rechaçá-los. Também é uma forma de mostrar para a população que ela pode se sentir segura”, explicou um policial que participa dos treinamentos.

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