O trabalho do perito criminal está quase sempre associado aos estereótipos daqueles profissionais desafiados a analisar cenas de crimes violentos, manipulação de cadáveres e estar imerso em situações incomuns para o restante das pessoas. Diante desse cenário pouco conhecido, o perito criminal federal Allyson Medeiros começou a narrar em cordéis as situações diárias de um perito criminal, abordando de forma lúdica situações que antes só eram representadas em filmes de ação.

O perito criminal Allyson Medeiros, nascido na Paraíba, já era amante da cultura do Cordel, mas a apreciação daqueles folhetos ainda não fomentava o desejo de escrevê-los. Começou sua carreira na Polícia Federal em 2003 como escrivão, sem pretensão de se tornar um cordelista. Logo depois prestou concurso para Perito Criminal Federal e só em 2007 começou a exercer a função. As vivências do início da sua profissão não se converteram em versos rapidamente. Foi em 2012, após receber um folheto de cordel de um colega médico que relatava os cuidados em relação à determinadas doenças, que percebeu a possibilidade de escrever cordéis de caráter informativo sobre sua própria profissão.

O primeiro folheto escrito por Medeiros foi “A peleja do Diabo com o Perito Criminal” e, assim que apresentou para familiares e amigos, foi estimulado a publicar quase que instantaneamente. O sucesso do primeiro cordel foi tão grande que contou com o apoio da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF) para a distribuição dos exemplares, que reconheceu valor na iniciativa de espalhar uma vertente da cultura brasileira, a literatura de cordel, e divulgar o trabalho dos peritos criminais.

O Perito criminal que se aventura como artista agora conta com 12 cordéis em seu acervo e foi vencedor da 3ª edição do Prêmio Destaque Forense, na categoria melhor manifestação artística em Ciências Forenses, com os cordéis “O dia em que o Perito Criminal foi ao tribunal” e o “Perito Criminal e o caso do Pavão Misterioso”.