Os bastidores das apreensões de drogas no aeroporto de Guarulhos

Data: 20/02/17

Créditos: R7.com Créditos: R7.com

O pastor alemão Oscar, de 7 anos, passeia pelo saguão do aeroporto internacional de Guarulhos, em São Paulo. Ele é um dos agentes da PF (Polícia Federal) responsáveis pela captura de drogas que chegam ou deixam o Brasil.

Quem o conduz é Jonson Lara Junior, agente de Polícia Federal Classe Especial. O policial explica um pouco do cotidiano de sua equipe. “O trabalho consiste em fazer varreduras, tanto no saguão quanto na parte interna do aeroporto buscando entorpecentes.”

No meio de uma inspeção de rotina, Oscar fica agitado diante de uma mochila de couro preta. Na frente dela, um homem de camisa xadrez, boné e fones de ouvido observa a inquietação do cachorro. Ele fareja incessantemente até que se senta com o nariz apontado em direção à mala. Esse é o sinal do cão farejador para a presença de alguma droga.

Os agentes que conduzem Oscar pedem para que o senhor, e outro passageiro que estava à frente, se retirem da fila e façam uma inspeção mais minuciosa na bagagem. Alarme falso.

Em 2016, só a equipe do canil apreendeu 880 kg de cocaína. Em todo o aeroporto de Guarulhos foram 17.395 kg da droga capturados no ano passado, 3.461,39 em outubro.

A cocaína é, disparado, a mais popular nas apreensões, mas em 2016 foram encontradas ainda maconha e drogas sintéticas como metanfetamina, anfetamina, ecstasy e GBL (droga líquida similar ao ecstasy).

O R7 acompanhou, com exclusividade, a apreensão de 1,519 kg de cocaína noite do dia 9 de fevereiro. Uma jovem venezuelana de 21 anos tentava embarcar para Índia — num vôo com escala em Dubai — quando foi flagrada com a droga presa ao corpo por uma cinta modeladora. Ela entrou no Brasil por Boa Vista, em Roraima.

Presa em flagrante, a jovem foi encaminhada para a Penitenciária Feminina da Capital, o Carandiru, e aguarda o julgamento. Provavelmente ela será encaminhada para a Penitenciária de Itaí, que abriga exclusivamente estrangeiros no interior de São Paulo. A pena prevista para casos como este é de três anos e meio.

Durante a perícia da cocaína apreendida com a jovem venezuelana, o agente responsável por examinar a droga, que pediu para não ser identificado, crava: “É cocaína velha”.

Sidnei Harada, perito criminal federal com 20 anos de experiência, fala sobre a experiência e a qualidade das drogas apreendidas. “Na hora que a gente olha já sabe a qualidade da droga. Pela textura, pela cor, pelo cheiro. Por exemplo, a cocaína bem purificada fica com um pó bem branquinho e bem fininho.”

O aeroporto mais movimentado da América Latina tem vôos para o mundo todo, mas alguns países se destacam nas rotas de entrada e saída dos entorpecentes. “Os destinos variam um pouco com o tempo, mas atualmente a maior incidência que a gente tem é para a Nigéria, África do Sul, Espanha e Filipinas são os principais destinos com ocorrência de drogas”, explica o delegado Rodrigo Weber de Jesus.

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