As chapas candidatas às próximas eleições para a gestão da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) terão que contar, obrigatoriamente, com três mulheres: duas (titular e suplente) na recém-criada Diretoria da Mulher e a outra em quaisquer dos 15 cargos que compõem a diretoria. A decisão foi referendada nesta terça-feira (27), por unanimidade, pela Assembleia Geral Extraordinária (AGE).

A reforma estatutária que formaliza a criação da Diretoria da Mulher é uma vitória da atual direção, que se empenha pela maior participação feminina na estrutura sindical. A ideia, proposta em 2013, foi acatada por meio da Portaria n° 009/13, que criou o Grupo de Trabalho da Mulher Policial Federal e formalizada por deliberação da Assembleia Geral Ordinária de 2019.

O presidente da Fenapef, Luís Antônio Boudens, considera a nova diretoria o reconhecimento da conquista do espaço da mulher no movimento sindical da Polícia Federal. Em todo o Brasil, cerca de quarenta mulheres policiais federais já têm cargos em representações sindicais de Policiais Federais. Mas apenas presidem sindicatos: Cleisi Cristiane Pinheiro Ferreira (Pará), Karin Cristina Peiter (SC) e Susanna do Val Moore. “Esperamos que essa participação feminina cresça ainda mais”, disse Boudens.

Atualmente, 18% da Polícia Federal é composta por mulheres. A ideia é que essa proporção também seja mantida nos quadros de representação sindical da categoria e na diretoria da Federação.

Pauta específica

A Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) compreendeu que as mulheres da Polícia Federal têm uma pauta de reivindicações específica. Isso ficou ainda mais claro com a Reforma da Previdência. “A categoria toda foi atingida, mas as mulheres foram ainda mais prejudicadas. Há casos de colegas que terão que pagar ‘pedágio’ de até dois mil por cento do tempo que faltava para se aposentar”, explica o presidente da Fenapef, Luís Antônio Boudens.

A certeza da necessidade de abrir espaço para a pauta feminina na representação sindical foi o catalisador para a criação da nova Diretoria.

“Esta diretoria faz jus à grande importância feminina para a Polícia Federal e traz uma representatividade maior da mulher para dentro da Federação, para que as suas lutas possam ser ainda mais alavancadas”, assegura o vice-presidente da Fenapef, Luiz Carlos Cavalcante.