Aumento da criminalidade durante a pandemia da Covid-19 fomentou pesquisas acadêmicas na área de Segurança Pública

Especialistas se unem para delinear, em publicações, a polícia do século XXI

Fonte: Comunicação Fenapef

Data: 29/10/20

A crise sanitária mundial da Covid-19 evidenciou muitos problemas antes negligenciados. Os sistemas de saúde colapsados, as estruturas econômicas falidas e o aumento exponencial da criminalidade estampam os jornais de todo o mundo. No âmbito da segurança pública, pesquisadores e especialistas brasileiros têm se debruçado em traçar diretrizes para a redução e o controle da criminalidade, buscando um padrão de transformação e ampla reestruturação do sistema, com objetivo de constituir a atividade policial em um verdadeiro serviço público de qualidade para a proteção dos cidadãos.

Neste contexto, o advogado criminalista Roberto Antônio Darós organizou e coordenou duas pesquisas acadêmicas em conjunto com uma equipe de especialistas para tratar da modernização que pretende delinear a polícia do século XXI. As obras “Lições Modernas de Segurança Pública: a sociedade brasileira e os novos caminhos pós pandemia Covid-19” e “Lições Essenciais de Segurança Pública, a sociedade brasileira na adversidade da pandemia Covid-19” são de natureza transdisciplinar, e interpretam o conhecimento de segurança pública de forma plural, advertindo sobre a outra face do sistema, considerando os riscos, os assédios sofridos pelos policiais, adoecimento mental e as taxas de suicídio dentro das corporações.

Com um discurso oportuno e esclarecedor, as obras servem como um referencial teórico aos gestores públicos e às autoridades ministeriais e judiciais. O diretor jurídico da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Flávio Werneck, participou dos dois projetos e abordou sobre um dos grandes problemas enfrentados pelos gestores da Polícia Federal (PF): o assédio moral no ambiente de trabalho relacionado a relações de hierarquia e subordinação. Werneck propõe que haja uma conscientização por parte dos gestores públicos no sentido de se planejar e estruturar uma política de prevenção ao assédio moral, evitando todos os males decorrentes do abuso, como por exemplo o suicídio no ambiente laboral policial.

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