Os nomes mais criativos de operações da Polícia Federal
Data: 02/06/17
Deflagrada no dia 1º de junho, uma nova etapa da Operação Lava-Jato prendeu o empresário Marco Antônio de Lucca, acusado de subornar agentes públicos para obter garantias de favorecimento em licitações de serviços de alimentação para escolas públicas e presídios. A operação ganhou o nome de Ratatouille, em referência ao prato francês, mas também à animação da Pixar estrelada por um simpático ratinho cozinheiro — todos são iguais aos olhos da lei, afinal.
Subordinada ao Ministério da Justiça, a Polícia Federal ganhou destaque no noticiário brasileiro nos últimos anos após ganhar maior independência para realizar investigações de peso, como a Carne Fraca e a Lava Jato. Mas se os agentes trabalharam dobrado nas ruas, a instituição também caprichou na hora de batizar as operações: de acordo com informações oficiais, os delegados que conduzem as investigações são os responsáveis pela criatividade dos nomes.
Como a zoeira não tem limites, confira a seguir os nomes mais criativos das operações: Operação Patmos Parece um nome sem graça? Então se prepare para as aulas de geografia e de estudo bíblico: Patmos é uma ilha grega que, de acordo com a tradição, foi o local onde o apóstolo João recebeu as revelações divinas para escrever o livro do Apocalipse, que integra o Novo Testamento da Bíblia. Uma ideia bem apropriada à operação deflagrada um dia após o jornal O Globo revelar um áudio entre o presidente Michel Temer e Joesley Batista, um dos donos da empresa JBS. Um dos desdobramentos da Operação Lava Jato, a Patmos foi conduzida pela Polícia Federal e pela Procuradoria-Geral da República, resultando na investigação do senador Aécio Neves (PSDB-MG) e na prisão de sua irmã, Andrea, suspeitos de receber propina da JBS.Operação Carne Fraca Deflagrada em março de 2017, a operação envolveu mais de mil agentes da Polícia Federal, que cumpriram mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão. Os alvos da investigação eram alguns dos maiores frigoríficos e empresas de processamento de carnes do Brasil, que foram acusados de crimes como lavagem de dinheiro e venda de produtos estragados e com data de vencimento adulterada.
Operação Good Vibes Uma alusão à gíria que, segundo a Polícia Federal , é usada por frequentadores de raves para descrever o efeito do ecstasy. A operação, deflagrada em 20 de dezembro de 2007, em Belo Horizonte (MG), resultou na prisão de sete traficantes da droga sintética, além da apreensão de um quilo de skunk, um potente derivado alucinógeno da maconha.
Operação Firula Um "dibre' contra a lavagem de dinheiro: em 2005, a Polícia Federal prendeu empresários suspeitos de realizar crimes financeiros a partir de transferências de jogadores de futebol. Na operação, deflagrada no Rio de Janeiro, foram presos Alexandre Martins e Reinaldo Pitta, que tinham sido agentes do ex-jogador Ronaldo Nazário, campeão mundial em 2002. Na época, as autoridades afirmaram que os empresários praticaram sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e evasão de divisas (quando não se declara à Receita Federal o envio de dinheiro para o exterior).
Operação Arca de Noé A operação realizada no Mato Grosso, em 2002, resultou na prisão de João Arcanjo Ribeiro, acusado de chefiar o jogo do bicho na região. Criado em 1982 para sortear prêmios aos frequentadores do Jardim Zoológico do Rio de Janeiro, o jogo do bicho ganhou popularidade para fora dos muros do paque, funcionando como uma loteria informal de apostas de sequências de números. Operando à margem da lei, é considerada uma contravenção penal e movimenta R$ 12 bilhões por ano.