Seminário sobre transparência e combate à corrupção reúne mais de 120 pessoas em Vila Velha

Data: 09/03/18

Seminário “O que queremos? #querotransparência” ocorreu na quinta-feira, 08 de março, com a presença do advogado Marlon Reis e do secretário-Geral da Transparência Capixaba, Edmar Camata Mobilizar a sociedade para compreender a importância da transparência e do combate à corrupção para ter um país melhor. Esta foi a essência do Seminário “O que queremos? #querotransparência” promovido pelo Sindicado dos Policiais Federais do Espírito Santo (Sinpef-ES) na quinta-feira, dia 8 de março. O evento reuniu cerca de 120 pessoas no Centro de Convenções de Vila Velha e também foi transmitido ao vivo pelas redes sociais, possibilitando a interação com os usuários que estavam on-line. Para falar sobre o assunto, estavam presentes o idealizador da Lei da Ficha Limpa, o advogado Marlon Reis, e o secretário-Geral da ONG Transparência Capixaba, o policial rodoviário federal Edmar Camata. A abertura do evento teve a participação de Giovana Galdino, ex-participante do The Voice Kids, que cantou o hino nacional acompanhada pelo pai, Sérgio Henrique, no cavaquinho. Ela também interpretou o samba-enredo da  Beija-Flor que, neste ano, abordou as mazelas sociais e a corrupção do Brasil atual. Em sua apresentação, Marlon Reis fez uma cronologia da criação da Lei da Ficha Limpa, mostrando a sua a importância no cenário jurídico e político atual. “Não imaginava, quando percorria o Brasil com uma prancheta embaixo do braço recolhendo assinaturas, que este movimento iria prosperar tanto e resultar em uma lei que protege o Brasil. Foram mais de 1,6 milhão de assinaturas, fruto de um trabalho focado e em rede”, frisou, lembrando que o Espírito Santo foi o terceiro Estado em número de assinaturas de apoio à Lei da Ficha Limpa. Ao ser questionado por Edmar Camata sobre o futuro de um país onde a população ainda estende tapete vermelho para políticos corruptos, Marlon afirmou que é otimista. “Tenho esperança que o Brasil vai mudar. A sociedade ainda não está acostumada a se mobilizar, mas vai ocupar o cenário político. Existem outras janelas para as pessoas atuarem para melhorar a qualidade política do país. Estamos no caminho”. Para Edmar Camata, um dos pontos que têm contribuído com esta mudança é o uso das tecnologias. “Elas estão permitindo que as pessoas se mobilizem contra a corrupção, acompanhem e exijam mais transparência. E não existe substituto para a pressão popular. Quando a sociedade cobra, é preciso prestar contas”. Como exemplo do bom uso da tecnologia para melhorar a gestão, o secretário-Geral da Transparência Capixaba citou o transporte público de São Paulo. “A cidade tinha cerca de 200 fiscais para verificar o cumprimento de rotas e atrasos dos ônibus. A população começou a se conectar e reportar sobre os atrasos de cada linha. O trabalho popular foi tão eficiente que a prefeitura abriu mãos dos fiscais para realiza-lo”, contou Camata. Outros exemplos citados durante o evento foram o Mudamos+, um aplicativo para smartphones que coleta assinaturas eletrônicas em projetos de lei de iniciativa popular nos níveis municipal, estadual e nacional e já conta com mais de 600 mil usuários; e o Movimento #MudaTC, uma mobilização nacional em defesa da evolução no processo de escolha de conselheiros do Tribunal de Contas, pelo fim das indicações políticas para o cargo e melhorias na atuação e produtividade destes tribunais. O presidente do Sinpef-ES, Marcus Firme dos Reis, destacou que o momento pede uma reflexão da sociedade sobre a gestão pública e contra a corrupção. “O combate à corrupção no governo federal e os crimes eleitorais fazem parte das atribuições dos Policiais Federais e, por isto, promovemos este evento. Apesar da crise política que estamos vivendo, as mudanças precisam acontecer. Este ano tem eleições e nós temos que buscar as transformações que queremos. Nossa principal arma é o voto”, frisou.