Fenapef sai em defesa de agentes banidas da posse presidencial
Data: 03/01/19
Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
A Federação Nacional dos Policiais Federais vai pedir à Direção-Geral da Polícia Federal que apure o episódio em que quatro agentes mulheres, que integravam a equipe de segurança do presidente Jair Bolsonaro, foram banidas de seus postos de trabalho durante a cerimônia de posse, no dia 1º de janeiro. As quatro policiais eram as únicas mulheres a integrarem a equipe de segurança de Bolsonaro, entre 45 homens, e estavam sob a coordenação de um delegado do órgão.
Após tomar conhecimento do episódio, o presidente da Fenapef, Luís Antônio Boudens, afirmou que informará o ocorrido à Direção-Geral do órgão e pedirá providências. “Vemos isso inicialmente como uma demonstração de inexperiência de quem coordenou os trabalhos, em relação à dinâmica dos eventos oficiais, inclusive da cerimônia que estava sob sua responsabilidade”, apontou.
Boudens não descarta, no entanto, uma retaliação ao desempenho das agentes federais. Além de terem recebido elogios do presidente Jair Bolsonaro em várias ocasiões, as policiais federais têm vasta experiência em segurança de dignitários, sendo, inclusive, professoras da matéria na Academia Nacional de Polícia.
“Ainda trabalhamos num ambiente excessivamente competitivo, em que muitas vezes a chefia prefere cercear o trabalho de seu subordinado a reconhecer e aprender com ele” finalizou.
Entenda o caso
Na cerimônia de posse realizada nesta terça-feira (1º), as agentes federais que integraram a equipe de segurança de Bolsonaro desde o início da campanha foram surpreendidas com mudanças propostas pelos coordenadores da cerimônia.
Nas reuniões de planejamento do evento, elas receberam a informação que ficariam na rampa do Congresso Nacional, por onde o presidente entraria caso não estivesse chovendo. Ao chegarem para o trabalho, foram encaminhadas para a chapelaria. No local, foram expulsas por um chefe da segurança e enviadas ao gramado e, por último, informadas que não poderiam ficar ali porque aquela não era a posição prevista inicialmente.
As quatro policiais ficaram em uma calçada lateral, mas já fora da atuação da segurança da posse. Na passagem do presidente, fizeram um coração com as mãos para ele e para a primeira-dama. Os dois retribuíram o gesto e o momento foi registrado pelos fotógrafos que realizavam a cobertura da posse. O caso ganhou repercussão por meio da imprensa.