Acusados de matar policial federal na Favela do Rolo, Rio de Janeiro, vão a júri popular nesta quinta-feira (29)
Fenapef acompanhou as investigações e espera uma resposta da Justiça
Fonte: Comunicação Fenapef
Data: 30/07/21
Os três milicianos responsáveis pela execução do agente Ronaldo Heeren e tentativa de homicídio do agente Plínio Ricciardi, da Polícia Federal, vão a júri popular nesta quinta-feira, 29, dando início ao julgamento de um crime bárbaro na Favela do Rolo, em Santa Cruz, na zona oeste do Rio de Janeiro. A Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) comemora mais um passo pela resposta da Justiça às vítimas e seus familiares. A entidade acompanhou o processo de investigação desde o início, mantendo contato frequente com a direção da Polícia Federal (PF) e os comandos das polícias Civil e Militar.
O presidente da Fenapef, Luis Antônio Boudens, recebeu a notícia de que os milicianos responsáveis pelo atentado estão próximos de receber a sentença pelos crimes com muita satisfação. “Acompanhamos o processo e reforçamos diariamente a necessidade de que a resposta desse crime fosse dada com rigor, terminando na prisão e condenação dos envolvidos.” afirma.
Segundo investigações, os dois agentes realizavam uma diligência na Favela do Rola, em uma viatura descaracterizada da PF, quando foram surpreendidos por tiros pelos milicianos que atuavam na favela. Heeren foi baleado na cabeça e morreu no local, o agente Ricciardi sobreviveu ao tiroteio e está recebendo apoio psicológico.
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), os milicianos confundiram os policiais federais com traficantes da facção criminosa que dominava a favela antes. Os acusados, Dejavan Esteves dos Santos, o Armeiro; e Wenderson Eduardo Rodrigues Franscisco, o Cara de Vaca, respondem pelo homicídio de Heeren e pela tentativa de homicídio de Ricciardi. O terceiro réu, Leandro Pereira da Silva, o Leo do Rodo, foi denunciado por fraude processual por determinar que outros integrantes da milícia pichassem a viatura da PF com as iniciais da facção criminosa rival, com objetivo de atrapalhar as investigações.
A Fenapef reconhece que crimes como esse poderiam ser evitados se o modelo de Segurança Pública do Brasil não obrigasse um policial com tanto tempo de trabalho a cumprir uma missão corriqueira. “ O exercício de ser policial oferece riscos a quem se dispõe a fazer parte da corporação, mas o modelo de polícia brasileiro vigente faz com o que um agente policial não esteja nas ruas investigando, em ação. Estamos perdendo colegas em diligências, o modelo de polícia vai contra os próprios servidores.” critica o presidente da Fenapef, Boudens.