Organização anacrônica das polícias atrapalha eficiência da segurança pública brasileira

Em live, diretor jurídico da Fenapef defende polícia mais moderna, eficiente e integrada

Fonte: Comunicação Fenapef

Data: 08/06/21

A organização antiga, arcaica e superada das polícias brasileiras impede que a segurança pública seja mais eficiente. Também impacta na visão negativa que a maior parte dos brasileiros têm da segurança pública. Essas são as principais conclusões da live “A Crise na Segurança Pública e os Reflexos na sua Segurança”, que reuniu, na segunda-feira (07), o policial federal Fernando Monteiro e o diretor jurídico da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Flávio Werneck.

Eles analisaram grandes operações policiais dos últimos dias, como a que resultou em duas pessoas (não manifestantes) feridas no Recife e nas 28 mortes no Jacarezinho (RJ). Ao falar do episódio no Rio, os dois policiais sentenciaram; “se houve mortes, não foi exitosa; foi desastrosa”.

Werneck acredita que a forma de enfrentar a criminalidade disseminada em algumas comunidades cariocas seria adaptar o modelo adotado em Nova York, a ‘Tolerância Zero’. Para isso, segundo ele, seria necessária uma polícia mais forte, mais bem remunerada, mais bem treinada e com mais tecnologia. “Não podemos criar essa polícia, porque seria necessário modificar a Constituição por meio de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) e é muito difícil modificar a Constituição”, disse. “O que acontece é que temos uma polícia estacionada em uma organização do século XVIII, embora estejamos no século XXI”, prosseguiu.

Os dois policiais avaliam que enfrentar problemas estruturais e modernizar as polícias, integrando e entrelaçando esforços das diversas forças policiais é a melhor maneira de modificar a realidade brasileira, inclusive no que se refere ao sistema carcerário. “Estamos trabalhando como o RH do crime”, avaliou o diretor jurídico da Fenapef. Ele lembra que a maior parte das cadeias brasileiras divide os apenados de acordo com a organização criminosa a que ele pertence. “Quem não faz parte de nenhuma facção, é ‘batizado’ dentro dos presídios”, lamenta.

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