Relatório da PF recomenda ações para coibir tráfico de armas

Data: 10/01/18

A Divisão de Repressão a Crimes contra o Patrimônio e ao Tráfico de Armas da Polícia Federal (PF) fez um diagnóstico sobre a entrada de armas contrabandeadas no Brasil e mapeou a rota deste comércio ilegal.

No relatório, os policiais federais traçaram o perfil do tráfico e dos traficantes de armas, os aspectos geográficos e o modus operandi dos criminosos.

O levantamento foi feito a partir do rastreamento das armas que ingressam ilegalmente no país, considerando de onde vieram e como chegaram ao território brasileiro.

No documento, o delegado Luís Flávio Zampronha sugere a adoção de oito ações para tornar o combate ao tráfico de armas mais efetivo no Mercosul:

  • Limitar o acesso da população a armas pesadas, inventariar armas de uso público, aumentar controles a lojas que vendem armas e estruturar países vizinhos para que respondam aos pedidos de rastreamento feitos pelo Brasil
  • Estruturar setor responsável e sistema informatizado de controle de armas (registro e importações) para responder pedidos de rastreamento (PF observa no documento que dos diversos pedidos de rastreamento enviados ao Paraguai via Interpol apenas um foi respondido)
  • Instaurar investigação de oficio, imediatamente, ao receber pedidos de rastreamento sobre armas importadas pelo Uruguai e pelo Paraguai foram apreendidas no Brasil
  • Cassar a autorização ou controlar mais as lojas que vendem armas de fogo em regiões de fronteira
  • Fazer inventário de armas de uso das polícias e das Forças Armadas dos países vizinhos (relatório aponta que muitas armas de instituições públicas uruguaias são apreendidas no Brasil)
  • Criar norma que limite o acesso e a venda à população civil de pistolas de calibre 9mm e fuzis, que são de uso restrito das polícias e das Forças Armadas (essas armas são classificadas como de guerra)

Rota do tráfico de armas

O jornal "O Estado de S. Paulo" revelou nesta terça-feira (9), com base no diagnóstico sobre o tráfico de armas no Brasil, que os armamentos vêm, principalmente, do Paraguai (armas curtas) e dos Estados Unidos (armas longas). A TV Globo também teve acesso ao documento.

A rota de entrada dos artefatos, segundo a PF, é a tríplice fronteira, entre Brasil, Argentina e Paraguai. De acordo com o documento, 99% das armas contrabandeadas entram no país por meio de fronteira terrestre.

O relatório da PF mostra que a maior parte das pistolas e revólveres que acabam nas mãos de facções criminosas – principalmente nos estados do Sudeste – vêm do Paraguai. Já os rifles e fuzis, destaca o documento, têm origem nos Estados Unidos.

A Divisão de Repressão a Crimes contra o Patrimônio e ao Tráfico de Armas rastreou 9.879 armas apreendidas pela Polícia Federal.

Depois de Paraguai e EUA, os principais fornecedores de armas ilegais para o território brasileiro são Bolívia, Argentina e Uruguai, concluiu a Polícia Federal.

 Fonte: G1

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