Quadrilha de Beira-Mar lucrava R$ 1 milhão por mês, diz a Polícia Federal

Data: 25/05/17

A Polícia Federal estima que a quadrilha de Beira-Mar lucrava R$ 1 milhão por mês. Foram bloqueadas 51 contas bancárias que eram movimentadas por parentes do traficante. Somadas, essas contas reuniam o montante de R$ 9 milhões. A PF também identificou um patrimônio equivalente a R$ 30 milhões.

Na quarta-feira, Beira-Mar foi ouvido na penitenciária de Porto Velho e seria transferido, nesta quinta-feira, para outra unidade de segurança máxima.

Entre os presos na operação estão ainda dois advogados do traficante, um que atua no Rio e outro em Rondônia, e um criminoso suspeito de ser o seu braço-direito: Marcos Marinho dos Santos, o Chapolin, que estava no Ceará. Uma das irmãs do traficante, Alessandra, também é advogada e atuava nos processos judiciais do irmão.

Suspeitos, com os malotes, foram encaminhados para a PF, no Centro do Rio
Suspeitos, com os malotes, foram encaminhados para a PF, no Centro do Rio Foto: Guilherme Pinto / Agência O Globo

Prisões

Mesmo isolado na cela de uma penitenciária federal de segurança máxima, a de Porto Velho, em Rondônia, o traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, não só continuava a comandar o tráfico de drogas em 13 comunidades de Duque de Caxias, como diversificou a sua atuação. Investigações da Polícia Federal apontam que o esquema criminoso era mantido com a atuação de parentes do traficante. Na quarta-feira, pelo menos cinco filhos de Beira-Mar, sua irmã, Alessandra da Costa, e uma ex-mulher foram presos. Até o início da noite de ontem, 24 pessoas haviam sido capturadas, sendo 14 no Rio.

Sobrinhos do traficante e sua sogra também tiveram a prisão preventiva decretada na Operação Epístolas. A PF, no entanto, não confirmou se eles foram presos. Foram expedidos 35 mandados de prisão, dez contra parentes dele.

De acordo com a PF, além do tráfico, Beira-Mar controlava de venda de gás a internet, caça-níqueis e venda de cigarros e bebidas nas favelas de Caxias. Ele transmitia suas ordens em bilhetes, repassados para um detento da cela ao lado. As investigações começaram quando agentes penitenciários encontraram pedaços de papel dentro de uma quentinha.

— Beira-Mar não tinha visita íntima. Ele escrevia os bilhetes dentro da cela e repassava para o preso da cela ao lado, que tinha direito a receber visita. Esse detento passava o bilhete para a esposa, que escondia nas partes íntimas. Isso passava despercebido nas revistas — disse o delegado Leonardo Marino.

Influência política

Uma vocação até então desconhecida de Beira-Mar foi revelada na Operação Epístolas: a influência política. As investigações apontam que ele costurou a nomeação de nove parentes em cargos comissionados na Câmara de Vereadores de Caxias. Apesar de receberem, nunca trabalharam na casa legislativa.

Na quarta-feira, após operação da PF no setor de Recursos Humanos da Câmara, a presidência anunciou a exoneração de três parentes de Beira-Mar: Edite Alcântara de Moraes, Thuany Moraes da Costa e Débora Cristina da Costa.

Filha do traficante, Thuany foi nomeada em 1º de janeiro como assistente de presidente de comissão. Ela foi presa ontem em Porto Velho. A irmã Débora, assessora de vereador desde 1º de março, foi conduzida coercitivamente para depor na PF do Rio. A sogra Edite, nomeada para a mesma função, tem contra ela um mandado de prisão preventiva e está foragida.

Dos nove parentes de Beira-Mar que, segundo a Polícia Federal, foram nomeados, sete tiveram as suas contas bancárias bloqueadas.

Fonte: Extra

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