Policial federal é morto a tiro em tentativa de assalto no Recreio

Data: 25/06/18

O agente não resistiu aos ferimentos e caiu na calçada logo após ser baleado - Uanderson Fernandes / Agência O Globo

O policial federal aposentado Luis Carlos Dias morreu numa tentativa de assalto, na noite desta terça-feira, no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste de Rio. De acordo com as primeiras informações, ele se recusou a entregar o celular, com receio de ser identificado pelos bandidos, e foi baleado. O agente morreu no local. Ele deixa mulher e duas filhas.

Policiais que participaram da perícia contaram que Dias caminhava sozinho pela Avenida Guignard, por volta das 23h, quando foi abordado por criminosos em um Spacefox, de cor branca. Os ladrões exigiram que a vítima entregasse o celular, mas como sua carteira de policial estava presa ao aparelho, ele se negou a passar os pertences e tentou correr. Os criminosos atiraram pelo menos quatro vezes, e um dos disparou o atingiu nas costas.

Ferido, Dias ainda conseguiu correr por cerca de 200 metros, até a Rua Gustavo Corção, mas não resistiu aos ferimentos e caiu na calçada logo após virar a esquina. Os criminosos fugiram.

Identidade do policial estava presa ao celular - Divulgação

'ESTAMOS SENDO CAÇADOS'

O policial morava há pouco tempo no Recreio. Ele vivia antes com a mulher no bairro de Icaraí, em Niterói. Amigo e colega de profissão de Dias, o delegado da Polícia Federal Alfredo Dutra esteve no local do crime e lamentou a morte:

— Excelente policial, excelente pai de família, excelente colega. Uma pessoa que trabalhou muito para a Polícia Federal. Foram muitos anos de dedicação. Ele participou de diversas operações e investigações. Chegou ao fim da carreira no cargo de agente de polícia, muito competente, supercapaz e superamigo. Uma perda — lamentou o delegado, que fez um desabafo — Ser policial no Rio está muito complicado. Se você for identificado, vai ser executado. Nós estamos sendo caçados.

62º POLICIAL MORTO NO RIO

Durante a madrugada, policiais militares, civis e federais realizaram o trabalho da perícia e conversaram com testemunhas. A área foi isolada com uma fita. Os agentes também entraram nos edifícios para solicitar imagens de câmeras de seguranças que podem ter registrado o crime. O caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios (DH) da capital.

O agente é o 62º policial morto no Rio só este ano — 58 eram PMs e três, policiais civis.

Na noite de segunda-feira, o subtenente da Polícia Militar Rogenir Moura de Oliveira, de 50 anos, foi abordado por ladrões no bairro de Brasilândia, em São Gonçalo. O veículo da vítima foi alvejado, após ele se recusar a sair do carro. A principal hipótese da polícia é que ele tenha sido vítima de tentativa de assalto.

FEDERAÇÃO LAMENTA MORTE

A Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) divulgou nota lamentando a morte de Luis:

"A Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) manifesta seu mais profundo pesar pelo falecimento do agente federal Luiz Carlos Dias, morto durante uma tentativa de assalto na Zona Oeste do Rio de Janeiro, na noite dessa terça-feira (26).

Luiz Carlos é o terceiro policial federal em menos de dois meses a se tornar vítima fatal da violência e da insegurança que assola o País. Além dele, outros 62 policiais também foram mortos no Rio de Janeiro só em 2018, o que demonstra o grau de risco da atividade desses profissionais, que não hesitam em arriscar as próprias vidas em prol da sociedade.

Luiz Carlos era tido pelos colegas como um excelente policial, colega e pai de família. Ela estava aposentado e deixa duas filhas.

A Fenapef se solidariza com a dor dos familiares, policiais e amigos e se compromete a empregar todos os esforços para que as investigações sigam de maneira célere e a justiça seja efetiva".

O Globo

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