Na tarde de ontem, 12, a Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), representada pelo presidente Luís Antônio Boudens, o vice-presidente Flávio Werneck e o diretor parlamentar Marcus Firme, marcou presença na sessão que tratou da reforma da Previdência, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287/16, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados.

Desde o início do ano, a Fenapef trabalha em conjunto com outras categorias para que os policiais federais, rodoviários federais e civis não sejam incluídos no pacote atual da reforma da Previdência. A União dos Policiais do Brasil, que reúne as entidades que representam os policiais, vem atuando junto ao Executivo e, agora também, no Legislativo, para que sejam discutidos os pontos de reforma da Segurança Pública junto com as Forças Armadas, os Policiais Militares e os Bombeiros, por possuírem as mesmas peculiaridades.

Após sessão conturbada,  os parlamentares governistas tentaram colocar em votação, de forma açodada e sem os debates necessários, a admissibilidade do parecer do relator, deputado Alceu Moreira (PMDB/RS). “O governo tentou hoje, de todas as formas, colocar em votação o relatório da PEC, mas depois de muito esforço, depois de muita pressão das entidades, houve o recuo com o pedido de vista, aceito pelo presidente da Comissão. Agora, teremos mais de tempo para debater o assunto, inclusive cumprindo agenda com o Ministro da Justiça”, informou Boudens.

De acordo com o vice-presidente da Fenapef, Flávio Werneck, por conta da mobilização e pressão dos representantes das categorias policiais, o pedido de vista foi acatado. “O que aconteceu aqui na Casa foi algo fora do padrão. O pedido de vista foi anterior à leitura do relatório. Essa PEC, muito provavelmente, ficará para o ano que vem. Essa é a nossa luta e a nossa torcida para que a gente consiga discutir mais a fundo o projeto. Vamos nos mobilizar. Precisamos de muita união para evitar os males trazidos no texto encaminhado pelo Governo. Todos devem estar prontos para as batalhas futuras, caso contrário não existirá o que podemos chamar de aposentadoria nesse país”, destacou Werneck.

O diretor parlamentar, Marcus Firme, aproveitou a ocasião para pedir a união e apoio de todos os policiais. Para ele, esse é o momento em que todos os policiais do Brasil precisam estar juntos e exigir uma postura diferenciada do Governo sobre a proposta de reforma encaminhada ao Congresso . “Nós precisamos do apoio de todos os policiais federais. Temos que ficar bem atentos a essa PEC, porque ela é prejudicial demais a todos, inclusive para os futuros pensionistas. Fiquem atentos aos nossos comunicados e eventuais movimentações”, pediu Marcus Firme.

Em caso de aprovação do relatório, será criada uma comissão especial para analisar a proposta. O colegiado terá até 40 sessões da Casa para discutir, debater e votar a PEC da Previdência. Depois, a proposta será encaminhada à discussão e votação no plenário da Câmara, em dois turnos.