Xaxá continua recebendo homenagens

Data: 03/07/15

A Fenapef continua recebendo homenagens ao querido Xavier Neto, mais conhecido como Xaxá. Veja abaixo a Carta de condolências por parte da CSBP e um texto do sindicalizado Amarílio Carneiro.

                                

 

A turnê de um personagem

Por Amarílio Carneiro

A vida de Francisco Xavier Fontenelle Neto faz parte da minha história e também da história de vida de muitos outros colegas. Eu o conheci durante o meu tempo de formação para o cargo de APF, lá pelos idos de 1978, ainda na antiga ANP, onde hoje funciona a ENAP.


Na diversidade dos comportamentos de professores e funcionários, destacava-se a personalidade calma e serena do “Professor Xavier”. Sua voz sempre suave, harmonizada com seus gestos calmos, sempre se dirigia a todos com invejável cordialidade. Jamais o vi agastado com qualquer aluno e tampouco tratar quem quer que fosse com aspereza. Sua característica de comportamento parecia sempre não deixar transparecer nada além de sua calma e serenidade.


Removido de Salvador para Brasília, compartilhei do seu companheirismo por mais de duas décadas. Tive também a honra de ser comandado pelo “Chefe Xavier” no antigo Planejamento Operacional da SR/DF em 1982/83, se não me falha a memória. Como chefe, tratava cordialmente a todos os comandados, sem o menor laivo de superioridade, aparentando assim o líder natural existente em sua personalidade. Como subalterno, acatava as ordens recebidas, executando-as sempre da melhor forma possível. Dessa forma, com seus comandados ou com seus superiores sempre o vi demonstrar uma compreensão clara e natural frente aos deveres inerentes à sua posição, deixando assim transparecer preciosas características de um verdadeiro homem de bem.


Testemunhei o começo de seu relacionamento e enlace conjugal com a “Cidinha Mineira”, como era então carinhosamente apelidada a também APF Maria Aparecida. Reconheço “Cida”, a sua dor desse momento porque também já perdi familiares queridos. Mas, gostaria de me dirigir a você e a seus filhos para me solidarizar nessa dor e nessa perda, dizendo a vocês que além da família, essa dor também é de todos aqueles que tiveram o privilégio de privar da companhia do colega Xavier ou do Xaxá, como queiram.


Apaixonado por fotografia lembro-me quando retornou de uma viagem a Bogotá trazendo na bagagem a sua primeira máquina fotográfica profissional. E assim, com a “Canon” sempre na mira e apostilas nas mãos, Xaxá começou a estudar e especializar-se na arte da fotografia, notabilizando-se no âmbito funcional e social classista como um grande fotógrafo. Sei que registrou nossa história de luta pela emancipação funcional que tanto buscamos, desde o seu nascedouro até os dias de hoje. Tenho certeza que o rico acervo fotográfico produzido por Xaxá está à disposição de qualquer colega não só nos arquivos de nossas entidades classistas, mas também com seus familiares. Caso algum dia se queira ilustrar algum texto, matéria ou artigo, seguramente, encontraremos farto material no acervo legado por Xaxá que, além de ilustrativo será também elucidativo.


Xaxá deixa muitas saudades nos corações de quem o conheceu. Por quê?... Porque ele era uma pessoa que todos se sentiam bem em sua presença, o que é bastante natural. Ora, quem é que se sente bem na presença de pessoas que vivem se queixando de tudo, reclamando de tudo, com cara amarrada e não raro tratando esse ou aquele com rispidez ou com fingido acolhimento. Não!... Esse comportamento seguramente não faz parte do perfil do Xavier. Com isso, caros colegas, ele nos deixa mais um legado extraordinário nesses tempos de declarada desunião nos quadros funcionais do DPF. Oxalá haja alguma meditação sobre esse importante atributo do seu comportamento, e que, dessa reflexão advenha a incorporação de um comportamento mais salutar entre todos.


Vai amigo. Vai na paz de Deus! As lágrimas do reconhecimento de nossa saudade nos servirão de guia para honrar e dignificar a tua memória. Despediu-se o “personagem”, para sempre, do proscênio ou do palco da vida física em seu último drama. É certo que esse “personagem” jamais retornará; restando apenas suas lembranças gravadas em nossos corações. Entretanto, o “ator” em si mesmo viverá para sempre e eternamente. Após o descanso necessário ele se preparará para mais um novo ato. Que possamos entender como disse Gibran Khalil Gibran na última frase do capítulo “Despedida” de seu livro, O Profeta: “Mais um curto instante, mais um descanso rápido sobre o vento, e outra mulher me conceberá.”

Amarílio Carneiro


Cândido Amarílio Carneiro é APF aposentado desde março de 2003. Serviu na SR/BA, SR/MS, SR/DF, também na ANP e na então DPMAF/SEDE. Foi Vice-Presidente do SINDIPOL/DF e um dos fundadores da sua atual sede e clube. Reside atualmente em Guarapari-ES na companhia de seus familiares que para ali se mudaram, inclusive seu irmão, o PPF Freitas.

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